Advento

O Advento é tempo indicado para progresso nas virtudes. O Filho de Deus, em Sua encarnação e em Seu nascimento em Belém, revela uma humildade imensa.

Seria ótimo se pudéssemos, com a graça divina, chegar ao presépio mais longe de orgulho, soberba, vaidade e mais cheios de humildade verdadeira.

Há pessoas que não podem subir um degrau porque logo se julgam acima de tudo e de todos.

Como o orgulho é ridículo. Quando o orgulho se exibe e fica se autoelogiando, apresentando-se como uma inteligência rara, como uma cultura sem par, é um pavão que abre a cauda... Quem não sabe que pavão de cauda aberta só pode ser olhado de frente... Do outro lado é um desastre.

Todas as pessoas realmente de valor superior que encontrei no meu caminho, até hoje, eram de uma simplicidade de comover. Convencidos, prosas, exibicionistas são os meio inteligentes.

A humildade tem ligação profunda com a verdade. Se a pessoa é inteligente, não teria humildade autêntica afirmar que não tem inteligência nenhuma. Também não seria sensato quem possui um sol na cabeça...

Santa Teresinha de Lisieux, ao receber de sua superiora ordem para escrever a própria vida, disse, com a maior simplicidade, que não vacilaria em contar coisas positivas e boas que encontrasse nela própria. Na opinião dela, seria um modo de honrar o Criador e Pai, pois o que temos de bom, de positivo, de válido, recebemos de Deus.

E ela disse, com simplicidade encantadora, que se uma roseira tivesse de escrever a própria vida, não poderia negar que suas rosas são belas e têm perfume encantador. Mas não se esqueceria de dizer que tudo isso ela recebia de Deus e de cuidados humanos.

Vamos dar um balanço em nossa humildade?

Será que nos julgamos maiores e melhores do que os outros?

Nosso orgulho é de beleza física?

Somos convencidos é de nossa inteligência? De nossa cultura? De nossa simpatia? De nosso prestígio? De nossa virtude? De nossa santidade?

Queremos que todos nos respeitem, nos homenageiem, nos aplaudam?

Temos antipatia por quem não se curva aos nossos merecimentos, verdadeiros ou imaginários?

Digamos, muitas vezes, mesmo sem palavras, apenas pensando:

Jesus manso e humildade de coração,

Fazei meu coração semelhante ao Vosso!



D. Helder Câmara

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