Jesus Cristo

O senhor da tua vida !.

Ele morreu na Cruz para nos Salvar

Maria , mãe do nosso salvador

Um Grande Exemplo de Pureza e Santidade.

O mês da Bíblia


A Palavra de Deus está sempre ao alcance da mão e do coração de quem segue a Deus. E por moção do Espírito Santo, a Palavra vai transformando o coração das pessoas e moldando a comunidade cristã. É claro, supondo um coração aberto, como de discípulo diante do mestre. O profeta Jeremias fez uma experiência profunda: nas mãos de Deus sentiu-se como um vaso de barro nas mãos do oleiro.

As famílias, os grupos e as comunidades que lêem a Bíblia de fato progridem na vivência do Evangelho, em unidade com a vontade de Deus e na comunhão fraterna. A Palavra meditada impulsiona as pessoas a superar o pecado e o azedume, causando certa plenitude espiritual com uma aura de paz e de alegria.

É o encantamento espiritual, a força interior, a capacidade de passar imune pelas tentações que rodeiam as pessoas.

São Francisco de Assis, um dos grandes revolucionários da humanidade, apregoava a vida fraterna em meio ao egoísmo; a vida em Deus, mesmo em meio ao prurido da carne e do consumismo; a alegre adesão à vontade de Deus, vencendo o orgulho e a sede do poder. Quando se chega a uma fraternidade assim, logo se capta o perfume do Evangelho.

Por pedagogia, destinamos o mês de setembro a conhecer a Bíblia. Aliás, primeiro a ter a Bíblia em casa. Depois, a lê-la diariamente. Aprender a meditá-la diante de Deus, num coração orante.
A família aprende a acolher de modo afável seus membros: os pais se relacionam de modo afetivo com os filhos, como Deus, com seu povo. Os filhos, por sua vez, acolhem os pais de modo pacífico, criando um ambiente sereno e alegre. É o encantamento da família.

É neste ambiente que germinam as vocações cristãs, que se alimentam ideais generosos e se superam obstáculos à felicidade.

Seja feliz! Conheça, leia e medite a Palavra de Deus.
Graça e paz!

A vocação nasce do encontro- o chamado é iniciativa de Deus



Por que Saulo (Paulo) perseguia a Igreja? Pergunta que nos interroga, sensibiliza e abre uma grande lacuna. Por que Deus escolheu um perseguidor? Tanta gente boa. Mas vamos conhecer primeiro Saulo para podermos entender o porquê da pergunta. Saulo, natural de Tarso da Cilícia, filho da tribo de Benjamim, a mesma do rei David, era filho de comerciantes ricos, cidadão romano, ligado à seita dos fariseus, aluno do glorioso rabino Gamaliel, zeloso defensor da Torá. Ele era fariseu, filho de fariseu.

Israelita orgulhoso, alma de fogo e coração íntegro, ainda jovem, era conhecido apenas por seu nome judeu de Saulo. Impulsionado pelo entusiasmo impetuoso da mocidade; abrasado em ânsias de proselitismo próprio do judeu, julgou que tinha missão religiosa para cumprir: combater o Cristianismo até destruí-lo. Por considerá-lo uma traição ao Judaísmo, perseguia os seguidores de Cristo porque eles tinham abandonado a lei mosaica para seguir um tal de Jesus, sobre o qual um monte de fanáticos cristãos pregavam e diziam ter ressuscitado dos mortos .

Ele, como um bom judeu, intelectual e fiel à lei, precisava fazer alguma coisa para acabar com aqueles que estavam destruindo o Judaísmo. Quando Paulo se dirigia pelo caminho a Damasco, seu coração estava cheio de agressividade contra os cristãos, não porque fosse um homem mau, mas por ser fiel às tradições nas quais havia sido formado. Estava cheio de agressividade, pois se sentia ameaçado por esta nova fé que se opunha às suas tradições mais caras nas quais fora ensinado. Era pelo amor de Deus que perseguia os inovadores.

Um belo exemplo de experiência de Deus é a do Apóstolo Paulo. O que lhe acontece no caminho de Damasco foi certamente uma experiência de ponta, marcante e indelével. Esse foi um momento muito importante em sua vida. Mas ele esteve certamente também intensamente unido ao Cristo durante todos os anos seguintes de sua vida e não apenas nesse momento particular.

Essa experiência era para Paulo, unicamente para ele. Naquele momento Jesus o queria, o Senhor se apossa da vida dele, mas sem lhe tirar a liberdade. Então ele passa a pertencer unicamente a seu Senhor, pelo qual foi convocado. Agora sua vida se resume na obediência ao seu Senhor.

Deus foi absolutamente livre no chamado de Paulo, nada foi lhe imposto, sendo ele livre para dar uma resposta responsável a Altíssimo. O Senhor, quando o chamou, pôs em seu coração a capacidade de resposta, não o amarrou, nem o obrigou a nad, mas lhe deu condições de decidir e corresponder ao dom recebido. O Senhor abriu-se a Paulo em uma condição de diálogo, algo pessoal e íntimo.

O apóstolo dos gentios passou por uma transformação histórica e interior, tornou-se uma nova criatura porque Deus lhe concedeu o dom da fé e da esperança. Por intermédio de Cristo, ele recebeu de Deus a vida nova.

O chamado é uma pura iniciativa de Deus. O Senhor quando vocaciona alguém já tem um projeto para a vida de quem responde o ''sim'', não como uma predestinação, mas como uma resposta de amor. Ninguém veio do ocaso, nem para ficar solto no mundo, todos viemos para livremente dar uma resposta ao projeto de Deus único e irrepetível. Dizer “sim” é tornar-se um canal de graça para os outros e para o mundo. Neste sentido nós participamos do plano do Pai.

O seguimento a Deus é apenas uma "gratidão" espiritual. Acima de tudo foi Ele quem possibilitou ao homem participar da existência que pertence somente a Ele.
Seguir ao Senhor deve ser a expressão máxima da alegria de todo ser humano; deve exalar o perfume de Cristo. Toda vocação deve tornar-se atraente, deve provocar nas pessoas um encontro com Deus, transformar o mundo, os corações.

Por isso, uma vez vivendo e experimentando o amor vocacional, o chamado de Deus não deve ser vivido de forma frustrante deixando a vocação tornar-se velha; esta deve ser sempre nova, apresentar a cada dia a novidade do Espírito Santo. Os outros precisam ficar fascinados com o efeito da graça na vida de quem é consagrado ao Senhor. É preciso comunicar a vida para os homens que somente Cristo pode dar.

Pe. Reinaldo Cazumbá

Dom de um pai e uma mãe para as crianças

”Filho, por que nos trataste assim? Vê que teu pai e eu te buscávamos angustiados”. Nestas palavras de Maria vemos mencionados os três componentes essenciais de uma família: o pai, a mãe e o filho. Não podemos falar da família sem tocar no problema que neste momento mais agita a sociedade e preocupa a Igreja: os debates parlamentares sobre o reconhecimento das uniões de fato.

Não se pode impedir que o Estado busque dar resposta a situações novas presentes na sociedade, reconhecendo alguns direitos civis a pessoas também do mesmo sexo que decidiram viver juntas suas próprias vidas. O que importa à Igreja – e deveria importar a todas as pessoas interessadas no bem futuro da sociedade – é que isto não se traduza em um enfraquecimento da instituição familiar, já muito ameaçada na cultura moderna.

Sabe-se que a forma mais efetiva de destruir uma realidade ou uma palavra é a de dilatá-la e banalizá-la, fazendo que abrace coisas diferentes e entre si contraditórias. Isto ocorre se equipara a união homossexual ao matrimônio entre homem e mulher. O sentido próprio da palavra “matrimônio” – do latim, função da mãe (matris) – revela a insensatez de tal projeto.

Não se vê, sobretudo, o motivo desta equiparação, podendo-se salvaguardar os direitos civis em questão também de outras maneiras. Não vejo porque isto deverá soar como um limite e ofensa à dignidade das pessoas homossexuais, a quem todos sentimos o dever de respeitar e amar, e de quem, em alguns casos, conheço pessoalmente sua retidão e sofrimento.

O que estamos dizendo vale com maior razão para o problema da adoção de crianças por parte de casais homossexuais. A adoção por parte destas é inaceitável porque é uma adoção em exclusivo benefício dos adotantes, não da criança, que bem poderia ser adotada por casais normais de pai e mãe. Há muitos que esperam fazê-lo há anos.

As mulheres homossexuais também têm, se faz observar, o instinto da maternidade e desejam satisfazê-lo adotando uma criança; os homens homossexuais experimentam a necessidade de ver crescer uma jovem vida junta a eles e querem satisfazê-la adotando uma criança. Mas, que atenção se presta às necessidades e aos sentimentos da criança nesses casos? Ela vai se encontrar com quem tem duas mães ou dois pais – no lugar de um pai e uma mãe –, com todas as complicações psicológicas e de identidade que isso comporta, dentro e fora de casa. Como viverá a criança, no colégio, esta situação que lhe faz tão diferente de seus companheiros?

A adoção é transtornada em seu significado mais profundo: já não é dar algo, mas buscar algo. O verdadeiro amor, diz Paulo, “não busca o próprio interesse”. É verdade que também as adoções normais os progenitores adotantes buscam, às vezes, seu bem: ter alguém em quem voltar seu amor recíproco, um herdeiro de seus esforços. Mas neste caso o bem dos adotantes coincide com o bem do adotado, não se opõe a ele. Dar em adoção uma criança a um casal homossexual, quando seria possível entregá-lo a um casal de pais normais, não é, objetivamente falando, fazer seu bem, mas seu mal.

Esta passagem do Evangelho termina com uma cena de vida familiar que permite entrever toda a vida de Jesus desde os doze aos trinta anos: “Ele desceu com eles a Nazaré e seguiu sob sua autoridade. Sua mãe ia guardando todas estas coisas em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e os homens”. Que a Virgem obtenha a todas as crianças do mundo o dom de poder, também eles, crescer em idade e graça rodeadas do afeto de um pai e de uma mãe.


- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - por Frei Raniero Cantalamessa - ofmcap, Pregador do Vaticano Revista Shalom Maná

Namoro Cristão


Eu... Você... De repente, nós


Se existe algo que mexe como coração de um jovem que começa a descobrir a sua afetividade e a sua sexualidade, é o desejo de namorar. Cantada em verso e prosa, esta fase da vida faz parte do desenvolvimento humano e do plano de Deus para nos fazer crescer e amadurecer no relacionamento, sendo também um caminho (embora não o único, nem o maior) de exercitar a capacidade de amar.
Entretanto, para um jovem cristão, muitas interrogações se levantam: Por que namorar? Quando namorar? Como ter um namoro cristão?

PORQUE NAMORAR

Em primeiro lugar, é importante saber que o desejo de relacionar-se com o sexo oposto é algo natural e implica na forma como Deus nos criou. Deus criou o homem, criou o homem e a mulher.
A partir de um certo momento do desenvolvimento humano, sente-se a necessidade e a sadia curiosidade de relacionar-se com o sexo oposto, de descobrir parte da riqueza, da diversidade da obra criativa de Deus, uma outra pessoa que não é igual a mim, mas que em muitos pontos chega a me complementar. Neste ponto, o relacionamento com pessoas do outro sexo é enriquecedor e fonte de formação e edificação do meu crescimento como pessoa.

Entretanto, o que é belo e edificante pode-se transformar em situações que nem sempre nos edificarão ou contribuirão para o nosso crescimento. Devemos levar em conta que estamos vivendo em meio a uma sociedade hedonista, marcada pela sensualidade. A partir dos meios de comunicação, as próprias crianças, adolescentes e jovens vão sendo manipulados nos seus afetos e instintos para que, de maneira precoce e deformada, vejam na pessoa do outro sexo um objeto de prazer genitalista ou um meio de satisfação de suas carências afetivas.

Isto é fruto do pecado que marcou as faculdades do nosso ser e também das feridas de família, onde a fé e o desenvolvimento dos valores cristãos foram abandonados e a unidade e indissolubilidade do matrimônio e da família, na vivência do amor, são negligenciadas ou até atingidas de maneira irremediável, produzindo no meio de nós gerações marcadas pela dor, insegurança, desvios afetivos, psicológicos e sociais.

Por estes e muitos outros fatores, quando o (a) adolescente vai atingindo sua puberdade (e muitas vezes ainda como criança), a sociedade e, em muitos casos, a própria família, começam a exigir que este (a) jovem "arranje" seu namorado (a) para provar sua masculinidade ou feminilidade.

É preciso que entendamos que o processo natural e salutar de conhecimento do sexo oposto como pessoa não implica necessariamente em um relacionamento de namoro, quando, pelo contrário, a amizade é o passo fundamental e sadio onde, pelo diálogo e a convivência, vamos podendo construir mutua¬mente a nossa personalidade de maneira sadia e equilibrada. Muitos jovens cristãos, como muitos que encontramos, se perguntam: Qual é a hora de iniciarmos o namoro?

Em primeiro lugar, é necessário que alguns tabus possam ser quebrados. Isto não significa que todas as pessoas tenham que namorar. Precisamos nos lembrar neste momento das Palavras de Jesus que dizem: "Há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem tiver capacidade para compreender que compreenda." (Mt 19,2)

Devemos nos lembrar que há muitos são chamados para a virgindade como uma oblação espiritual e um serviço à Igreja e aos homens, e nisto encontram sua plena realização. Alguns, muito cedo podem descobrir este chamado no seu interior e, apesar de como pessoa experimentarem a complementariedade do sexo oposto na convivência comum e fraterna, não viverão esta complementariedade no plano da afetividade-genitalidade, próprio dos que são chamados ao Sacramento do Matrimônio.

Alguns passam por relacionamentos de namoro antes de descobrir este sublime chamado, outros não precisam passar por esta etapa, pois a vocação já se faz manifesta no seu interior de maneira definida.

Para isso é necessário que o jovem cristão tenha sempre no seu interior este questionamento: - Qual é a vocação que Deus me chama a viver? – e uma reta e séria motivação de responde-la. Sabemos que isso, para muitos, se constitui em um longo processo, onde graças a Deus vai iluminado, tirando a cegueira e apontando onde encontrar e aderir à sua vontade, pois aí está a felicidade.

Entrando no processo de namoro propriamente dito, falando para os jovens que acompanhamos, procuramos orientá-lo em algumas etapas para este discernimento:

A amizade .

A amizade entre sexos opostos é benéfica e edificante. A amizade se constitui em uma identificação que, se baseada em Cristo Jesus e nos valores do Evangelho, caracterizando-se pela doação de si e respeito mútuo, muito contribuirá para o nosso amadurecimento e crescimento. Atenção, nem toda amizade precisa desembocar em um namoro. Pelo contrário, é perigoso confundir as coisas.

As vezes a pessoa atrai fisicamente e afetivamente, mas isto não significa que seja da vontade de Deus e edificante para os dois um relacionamento mais profundo pelo namoro. Podemos acabar uma bela amizade se precipitarmos as coisas. É compreensível também que em um relacionamento entre um rapaz e uma moça que são atraentes, possam aparecer desejos e aspirações mais superficiais que, de uma maneira geral, pode jogar esses jovens em um relacionamento sem maiores bases. Ora, o aparecimento destes sentimentos só atestam a normalidade da afetividade e sexualidade de ambos e não deve ser ele, principalmente nos primeiros momentos, o ponto de discernimento de um compromisso de namoro.

Para evitar namoros precipitados (baseados só na atração física, carências ou sentimentos efêmeros), que fazem alguns mudarem de namoro como se troca de roupa e que, em vez de gerar crescimento, pode gerar tantas feridas, dores e marcas na pessoa e nos futuros relacionamentos, é preciso que se tenhamos um relacionamento de amizade. O momento é de aprofundar o conhecimento do outro e procurar ir à luz da oração e da convivência buscando alguns pontos de discernimentos.


Pontos de discernimento no plano psicológico:

Enquadramos aqui alguns pontos na maturidade humana e na identificação dos projetos e planos de vida, inclinações, aspirações, gostos, formação e educação que cada um teve e que não podem ser ignoradas, sob o risco de serem fonte de profundos desgastes e verdadeiros furos que farão naufragar o relacionamento. Não se trata de que o outro seja igual a mim, mas que se nestes pontos podemos nos completar, aceitar e nos construir mutuamente, e se há maturidade em ambos para isto.

Pontos de discernimento no plano espiritual:

Se queremos nos relacionar em Deus e com Deus, este plano não pode ser esquecido. É necessário, na convivência, perceber as aspirações espirituais e se o outro está disposto a colocar Deus como o centro de um relacionamento, para que o relacionamento não seja nada de egoísta, para a "minha", ou "nossa" satisfação, mas para que ele, apoiado na Graça de Deus, seja voltado para Jesus, seguindo os Seus ensinamentos de renúncia, pureza e abertura. Conhecer a espiritualidade do outro, suas aspirações de conduta moral e de compromisso com a Igreja é fundamental para evitar conflitos futuros, ou namoros onde Deus e sua Palavra estejam ausentes.

Pontos para discernimento no plano afetivo:

A afeição em um relacionamento afetivo é o primeiro passo, mas com certeza não se constitui em sinal de presença real de uma semente de amor. Se o que me faz afeiçoar-me ao outro é só sua aparência física, isto tem sua importância, mas não é tudo.

As aparências passam e o coração, mentalidade e forma de ser permanecem. É preciso descobrir se o sentimento que me move tem a maturidade de ENXERGAR e ACEITAR os limites, defeitos e fragilidades do outro. Pondo na balança o que pesa mais, é o que nos une ou o que nos divide? Neste momento, um certo realismo é salutar, para que a paixão não cegue, e evitemos dar um passo que depois vai nos ferir e ferir ao outro.

Também convém ter a sensibilidade para perceber se eu ou o outro estamos buscando um relacionamento para "minha" satisfação, fechado sobre nós mesmos e a nossa "fantasia romântica" ou se o relacionamento, mesmo com o tempero de romance, é voltado para Deus, para o outro e para as outras pessoas, numa perspectiva de abertura.

Permeando todas estas considerações e orientações, devemos encontrar a oração. É através dela, que a graça de Deus vai purificar as nossas motivações, iluminar a nossa cegueira, fazer-nos entender o que só humanamente não nos é possível, e perceber os reais sinais do Espírito que nos move ou nos detém para um relacionamento que, se quer ser cristão, deve buscar, em todos os sentidos, a maior glória de Deus.

A ajuda de uma pessoa mais amadurecida e vivida no campo espiritual e humano se constitui em ajuda indispensável para chegarmos a um discernimento claro e uma decisão conjunta e madura em nos comprometer em um relacionamento de namoro.

O Namoro

Uma vez sedimentado no nosso interior o processo de discernimento (que exige tempo, pois não se resume a dias ou poucas semanas, mas a alguns meses de convivência e oração) e chegando a um discernimento positivo em relação ao namoro, alguns pontos não podem ser esquecidos:

A amizade


O namoro é, antes de tudo, uma amizade que se aprofunda e sedimenta uma caminhada a dois. É essencial que o tempo que os namorados passam juntos seja animado pelo diálogo e a abertura do seu ser que se deixa conhecer e revelar. Muitos namorados não sabem conversar e fogem em carícias, desagradáveis a Deus e destruidoras do relacionamento. O esforço do diálogo, conversar assuntos que unem e saber também conversar as divergências; revelar-se para o outro através da arte do diálogo é fonte de relacionamentos saudáveis e maduros.

A oração


A presença de Jesus dentro de um namoro cristão não pode ser decorativa ou em plano inferior. Ele tem que ser o primeiro para dar fertilidade ao relacionamento. Por isto, é necessário dar tempo e espaço para a oração, partilhar de experiências da vida espiritual, de leitura espiritual. É importante que se saiba que se tem a responsabilidade de levar o outro para Deus e para a Igreja, e não ser um obstáculo para a comunhão com Deus e o serviço na Igreja. A oração e os sacramentos serão também a fonte da graça para permanecer sob as orientações da Palavra e da Igreja, e nos capacitará a crescer na escola do verdadeiro amor, que é aquele que ama apesar dos defeitos e limites do outro.

A abertura


Os namorados cristãos não podem estar somente voltados para si mesmos, como se só o outro existisse, ou que este relacionamento, se não for o único, torne os outros opacos e insignificantes.

Os namorados cristãos sabem fugir do risco da dependência, que sempre é sinal de carência e não de verdadeiro amor, e se aplicam na abertura, amizade e dedicação aos outros (amigos, família), que também são fontes de complemento para a nossa vida, e esta abertura toma-se fonte de enriquecimento do próprio namoro.


Os carinhos


Especial cuidado devemos ter neste campo, pois, muitas vezes, mesmo em namoros cristãos, constatamos cenas de carícias que levam a estados de profunda excitação emocional e orgânica que, seguindo o modelo do mundo considera-se normal, quando na verdade estes atos são apropriados para a preparação do ato conjugal dentro do matrimônio.

O não se deter no físico, e o traçar limites bem definidos e claros para os dois, buscando a pureza e evitando o puritanismo, é ponto básico e que muito necessita da graça para não se deixar levar pelas "facilidades" mútuas, que o sensualismo deste mundo e a concupiscência da carne plantaram em nós.

Nós precisamos construir um Mundo Novo, baseado na Boa Nova de Jesus e da Sua Igreja. Entretanto, não haverá Mundo Novo se não houver Famílias Novas. Não haverá Famílias Novas se não houver Namoros Novos, baseados na graça e no poder do Espírito.

Se meditarmos nestas orientações, sentiremos que são superiores à nossa capacidade. Lembre-se de que “o Verbo se fez carne”, por isto a graça penetrou em todas as realidades da vida humana, e Pentecostes é a certeza de que o Espírito nos capacita a dar nosso sim integral a Deus.

Graça e Paz!

O Coração do padre


Aconteceu neste inverno: um jovem foi de madrugada visitar a namorada. Como o termômetro marcava seis (6) graus negativos; observei: jovem, você estraga sua saúde, pois é frio demais para ir de moto às montanhas. E o jovem: “Esta frio aí fora, mas aqui dentro (batendo no peito) está calor”!



Lembrei-me da reação dos discípulos de Emaús, com os quais Jesus ressuscitado caminhou e partiu o pão: “Não se abrasava nosso coração enquanto nos falava pelo caminho e nos explicava a Escritura”? (Lc 24,32).



Acompanhei muitos jovens no discernimento vocacional. Entre dúvidas e preces, de repente chega a opção: “Aqui estou, Senhor”. E tranqüilamente se prostra diante do altar, disponível para o ministério, participando do sacerdócio de Cristo. Será que é isto que o Cura d’Ars queria dizer quando afirmou: “O sacerdócio é o amor do coração de Jesus”?



O salmista exprime a mesma realidade interior assim: “O Senhor é a porção da minha herança... minha herança é magnífica” (Sl 16, 5-6).



O Apóstolo Paulo lembra ao jovem Timóteo que não basta optar, mas é preciso estar vigilante: “Não descuides teu carisma pessoal, que te foi concedido por indicação profética, quando os anciãos te impunham as mãos”. E continua: “Vigia tua pessoa e teu ensinamento e sê constante” (1Tim 4,14-16).



O padre está a serviço do povo, a exemplo de Cristo, pastor do rebanho. Certo dia vi a cena seguinte: Uma jovem senhora visitava com freqüência um seminarista inteligente e cheio de saúde. Ela insistiu que um homem precisa de esposa e filhos. O moço escancarou a janela do quarto, apontou para as vilas pobres perto do seminário e disse: “Eis minha esposa e meus filhos”.



Quando o coração se abrasa de amor por Deus e pelo povo, o padre perde o medo e joga sua vida pela causa. De fora pode parecer imprudência. Mas é ardor destemido, fruto do amor. Conheci esta intrepidez no jovem Padre Josimo, abatido covardemente na região do Tocantins, porque apoiava o direito dos despossuídos à terra. Assim também vejo o heróico Padre Gisley, empenhado em denunciar o assassinato de milhares de jovens. Foi emboscado e morto na periferia de Brasília. Bem disse Paulo a Timóteo: “O espírito que Deus nos deu não é de covardia, mas de força, amor e sobriedade” (2Tim 1,7).



Escutei um padre falar às lideranças: “Hoje um padre não sustenta sua vida de consagrado sem a amizade dos paroquianos”. Portanto, haja apoio humano e oração pelos padres. Parabéns aos padres pelo Dia do Padre.

Dom Aloísio Sinésio Bohn

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