Jesus Cristo

O senhor da tua vida !.

Ele morreu na Cruz para nos Salvar

Maria , mãe do nosso salvador

Um Grande Exemplo de Pureza e Santidade.

Santos e finados


Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó

Caindo de domingo o dia primeiro de novembro, o calendário religioso acerta o passo com uma antiga tradição. Neste ano será possível celebrar em seqüência o dia de todos os santos, e logo em seguida, o dia dos finados.

Santos e finados fazem parte do quadro de referências que compõem uma cosmovisão que procura integrar os diversos aspectos da realidade e da vida humana, numa tentativa de harmonizar todas as coisas num universo que tenha sentido. E´ o que todas as religiões procuram fazer: buscar o sentido último de todas as coisas.

Independente do mérito objetivo destas duas celebrações, elas fazem parte da visão de conjunto que a fé cristã apresenta, e que é explicitada ao longo de cada ano pelas celebrações tradicionais que compõem o calendário litúrgico da Igreja.

A questão de fundo, em ambas, é a esperança na vida além da morte, interrogação que acompanha fatalmente nossa condição humana de seres mortais, mas capazes de se perguntar pelo sentido de sua existência.

A este respeito, todos têm o direito de expressar suas convicções, e de formular também suas projeções além dos limites de nossa compreensão humana. Mesmo sem lançar mão dos dados oferecidos pela fé, é legítimo o esforço de encontrar suporte racional para a esperança de uma sobrevida. Pois na verdade, o fato de sermos capazes de interrogar a eternidade, já é sinal de que somos feitos para ela.

Mas é interessante observar que a fé cristã não se baseia em garantias racionais para cultivar sua esperança na vida eterna. Ela parte de outro princípio. Ela funda sua esperança na maneira como Deus se revelou. Assim, a vida eterna é uma dedução, uma conseqüência, um corolário, uma derivação de como Deus manifestou o mistério de sua própria existência.

No tempo Jesus havia dois grupos que se opunham frontalmente a respeito da ressurreição. Os fariseus afirmavam convictos que havia. Os saduceus desdenhavam esta fé e se diziam abertamente contrários à ressurreição. Foi a propósito deles que Jesus precisou tomar posição, com a surpreendente resposta dada aos zombadores da vida futura. Jesus não se posicionou diretamente a favor da ressurreição. Jesus encontra o fundamento da ressurreição nas palavras ditas por Deus a Moisés: “eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó”. Daí ele tira a surpreendente conclusão, que serve de fundamento para a fé cristã: “ora, Deus não é um deus de mortos, mas Deus de vivos!”.

Para os cristãos, a vida eterna não é entendida como conseqüência de uma suposta imortalidade de nossa alma. Isto pode servir de suporte. Mas não mora aí a razão de nossa esperança, como São Pedro nos aconselha a buscar sempre. Nossa fé na ressurreição é muito mais consistente do que um simples raciocínio filosófico.

Colocados os fundamentos da fé, é claro que a razão pode perceber neles a coerência interna, que a teologia procura encontrar, como “fides quaerens intellectum”, no dizer de Santo Anselmo.

Se já o Antigo Testamento oferecia base sólida para a fé na ressurreição, muito mais o Novo Testamento, que se constrói todo ele em torno da fé na Ressurreição de Jesus. Depois de citar os fatos que servem de fundamento para o Evangelho, escrevendo aos coríntios, São Paulo tira a conclusão certeira e definitiva: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dizer que não há ressurreição dos mortos?” A fé na ressurreição de Cristo, e em consequência, da nossa ressurreição, é o núcleo aglutinador que harmoniza todo o conjunto da vida humana, com suas certezas presentes, e com sua esperança no futuro.

Celebrando santos e finados, rendemos homenagem ao Deus dos vivos, “pois para ele todos vivem”.


Dom Luiz Demétrio Valentine


Saber Perder


Perder para Ganhar! Acredito ser este o sentido maior que dá ao ser humano a capacidade não só de aceitar, como também de desejar as perdas ao longo da sua vida. Gosto sempre de lembrar o ato do nascimento, momento no qual o bebezinho “perde” o lugar que ocupou durante nove meses ou um pouco menos, para “ganhar” um novo lugar e novas experiências, para ganhar a luz, ganhar a vida. Ao que parece, esta “perda” é desejada com muito prazer, ainda que inconsciente, pois é bem claro que o útero já não lhe servia mais; começava a ficar apertado, com pouco líquido amniótico e o esforço do bebê para sair não é ilusão. Uma visão negativista tende a encarar o nascimento como o primeiro trauma do ser humano, sua primeira perda e o início das suas dores psíquicas. Prefiro aceitar um outro tipo de visão mais existencial, na qual o indivíduo perde para ganhar e este ganho é o que lhe dá sentido e realização plena.

Seria interessante e mais significativo se todas as nossas perdas também fossem desejadas ao invés de temidas... Algumas situações já não nos “cabem” mais; algumas pessoas precisam partir, pois aos olhos do Criador já cumpriram sua missão nesta vida; alguns comportamentos já não se ajustam à consciência; algumas tarefas já não possuem mais sentido (e alguns preferem perder o sentido a perder a tarefa: cuidado!!!).

Ao longo da vida, teremos uma série de outros nascimentos, e nesse processo de crescimento e amadurecimento não podemos deixar de conviver com diversas perdas. O que importa, no entanto, é o sentido que daremos a cada uma delas. A escolha por um sentido é o maior bem que alguém pode conquistar, pois ainda que a vida lhe “roube” o que consistia sua felicidade, dar a esta perda um sentido, é capaz de restituir – é claro que com uma outra face – a felicidade perdida.

Dizia a antiga filosofia grega: “A felicidade consiste em desejar o que se tem”. Existem situações de perda que só nos deixam, a princípio, o sentido a ser construído. E a construção do sentido começa quando se decide por ele, ou seja, quando é assumida a postura de olhar para a frente e seguir dizendo: “o que Deus está querendo me ensinar com essa perda?” Talvez você esteja diante da grande pérola da sua vida e não saiba...

Onde você coloca a maior ênfase da sua história pessoal: nas perdas ou nas conquistas?! Sua vida é marcada por aquilo que você perdeu, ou pelo que ganhou?! Tudo depende de onde colocamos o nosso coração: “Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lc 12,34). O que tem maior valor para você?!

Gosto muito das parábolas do tesouro escondido e da pérola encontrada, pois nos ajudam a refletir sobre o valor que damos a cada coisa. A escolha por um sentido é a escolha por um valor, como nos diz a parábola: “Um homem encontra um tesouro escondido no campo... cheio de alegria, vende tudo o que tem para comprar aquele campo” (Mc 13,44). Um homem encontra um valor, investe todas as suas forças, meios e bens para adquiri-lo, pois este valor dá sentido à sua vida.

Semelhante a essa história, encontramos muitas outras: “Um(a) jovem dá sua vida em serviço ao Reino, perde seu tempo, seus bens, sua família, seu lazer... para ganhar o Reino dos céus”. Ou ainda, “uma mulher perde seu emprego, seus projetos, para ganhar a boa educação dos seus filhos, ou a saúde e alguns anos de vida a mais dos seus pais enfermos”... Enfim, pessoas que aceitaram com alegria perder para ganhar.

Sou levada a crer que a melhor maneira de ser feliz é perder muito! Como é preciso amar muito, sofrer muito, perdoar muito, chorar muito, plantar muito, colher muito... Mas é preciso perder com uma grande e séria alegria íntima, com vontade, com inteligência, e é preciso sempre procurar saber perder, melhor e mais. Isso conduz a Deus, conduz à fé inabalável. Foi esse o segredo da alegria de tantos santos que, chegando ao extremo de perderem a si mesmos, encontraram a FELICIDADE que não lhes podia mais ser perdida ou roubada.

Juliana Lemos

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